Blog do Luiz Fernando

CANSEI de tentar modificar a Constituição deste País. Toda discussão sobre política hoje é contraproducente. E o negócio é produzir. Bola pra frente. Como a propaganda é a alma do negócio, sou advogado, faço contabilidade, e atendo 6h por dia no escritório e 24h por dia na internet. Um dia chego onde quero. E O QUE EU QUERO MESMO É VOLTAR PRO SERVIÇO PÚBLICO...

08 dezembro 2005

Retrospectiva 2005 - Mais e melhores votos

Estou procurando alguns posts do orkut dos quais gosto, e cujas idéias quero desenvolver melhor ano que vem. Aproveito para testar os limites de postagem aqui. Este que vou colocar aqui foi escrito logo após a final do Big Brother Brasil, ano passado:

MAIS E MELHORES VOTOS 29/03/2005 20:43

Acabamos de assistir a mais um orgasmo da manifestação cívica de milhões de brasileiros, que, durante pouco mais de 12 semanas (um trimestre), estendendo ou abaixando seus polegares (por meio de telefonema ou de mensagem de texto dos seus celulares), livravam um concidadão do confinamento na arena dos leões (um baita confinamento, diga-se de passagem, eu daria um dedo pelo privilégio de ficar umas duas semanas lá sendo obrigado a ver a miss Brasil de biquíni).

Entretanto, no que tange à participação política (e no direito de exercê-la em sua plenitude), o povo brasileiro ainda não tem prática. A previsão de seu exercício é condicionadíssimo, e levado ao impulso de uma série de arbitrariedades que, ao fim e ao cabo, resultam num sistema eleitoral em que a única pobre opção é a anulação do voto.

Por outro lado, o povo brasileiro é chamado a votar em situações muito distantes de sua própria realidade (Brasília, as capitais dos Estados, e as sedes dos municípios, e notem a lógica perversa, quanto mais perto dos eleitores, menos poderes detém), nos mesmos moldes do citado programa de televisão. Ainda nos mesmos termos do espetáculo, votamos em pessoas, levando-se em conta carisma, desenvoltura, oratória e outros atributos subjetivos, insuflados em uma verdadeira batalha pela superexposição.

Haverá o dia em que nós cidadãos ao votarmos estaremos externalizando escolhas, por estas defenderem nossos interesses (muito cuidado agora, pois declarar-se possuidor de "interesses" no Brasil, não é de bom tom, fica parecendo manipulação política)? Até quando votaremos em representantes que, por estarem tão longe de nossas obrigações e até mesmo de nossos anseios (sim, porque nós também podemos ter anseios), por estarem tão longe de nós, não têm com eles o menor compromisso?

No dia em que pudermos realmente ESCOLHER e DECIDIR sobre o que nos interessa (o dia-a-dia), sem que sejamos induzidos (a erro) e nem tampouco conduzidos (a comparação é inevitável, como gado), então poderemos nos regozijar por viver uma democracia.